O consumo nos lares do país aumentou 2,59% no primeiro trimestre de 2022. Os dados são do Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgados nesta quinta-feira pela entidade. A maior variação do consumo no período estudado aconteceu em março, com alta de 6,58% na comparação com fevereiro. Em relação ao mesmo mês do ano de 2021, a alta apresentada é de 2,41%.
“O primeiro trimestre foi marcado pela busca de lojas que operam com preços menores e pela compra de abastecimento concentrada nas semanas próximas do recebimento do salário. Por ora, troca de marca, substituição de produtos, busca por embalagens de melhor custo-benefício e por marcas próprias se mantêm acentuadas para compor a cesta de abastecimento”, explicou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Segundo Milan, a pesquisa mostrou também que as pessoas voltaram a reduzir o consumo fora de casa, cortando supérfluos. Além disso, reduziram-se as idas aos pontos de venda, com compras mais planejadas, aproveitando o momento de recebimento do salário.
“Os consumidores estão buscando diversificar os canais de compra. Temos visto as compras online crescendo, porque o consumidor busca um maior benefício. Além disso, buscam por embalagem com preço menor ou pelo desconto família, troca as marcas que utiliza por outras mais baratas, raciocina melhor no momento da compra e também buscam produtos com marca própria da rede.”
Segundo os dados, a cesta Abrasmercado, composta por 35 produtos de largo consumo, acumula alta de 5,11% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em março, a cesta registrou alta de 2,40% e passou de R$ 719,06 em fevereiro para R$ 736,34 em março. Em 12 meses, a alta foi de 15,45%.
Pressão da Inflação
“O aumento se deve à pressão inflacionária puxada pelo repasse dos custos de produção na cadeia de alimentos, especialmente pelo aumento do preço do óleo diesel, que impacta o frete na logística dos produtos”, ressaltou a Abras.
Os alimentos que sofreram maio impacto foram o tomate (27,22%), a cebola (10,55%), o leite longa vida (9,34%), o óleo de soja (8,99%) e o ovo (7,08%).Já os preços do pernil (-0,51%), do açúcar refinado (-0,13%) e da carne traseira (-0,07%) apresentaram as maiores quedas.
A região Sul obteve a maior variação no preço médio e teve a cesta mais cara dentre todas as regiões. A alta rgistrada foi de de 3,38%, ao passar de R$ 787,85 em fevereiro para R$ 814,48 em março. A região Sudeste registrou a segunda maior alta: 3,16%, passando de R$ 700,00 em fevereiro para R$ 722,14 em março.
Nas outras regiões, as variações no preço da cesta em março na comparação com fevereiro foram respectivamente: Nordeste (1,93%), Norte (1,84%), Centro-Oeste (1,58%).