Da Agência Reuters
Os Estados Unidos e as nações africanas estavam buscando garantir uma extensão de um cessar-fogo no Sudão nesta quinta-feira, com o Exército sudanês dizendo ter dado uma aprovação inicial a uma proposta africana que pede negociações, mesmo com a continuidade de combates.
Centenas de pessoas foram mortas em quase duas semanas de conflito entre o Exército e uma força paramilitar rival – as Forças de Apoio Rápido (RSF) – que estão em uma luta pelo poder que ameaça desestabilizar toda a região.
Um comunicado da RSF acusou o Exército de atacar as suas forças na quinta-feira e espalhar “falsos rumores”, não fazendo referência à proposta que o Exército disse ter vindo da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), um bloco regional africano.
O som de ataques aéreos e fogo antiaéreo podia ser ouvido em Cartum e nas cidades vizinhas de Omdurman e Bahri, disseram testemunhas e jornalistas da Reuters.
O cessar-fogo de três dias existente provocou uma pausa nos combates, sem detê-los completamente, mas vai expirar à meia-noite (19h em Brasília).
Muitos estrangeiros continuam presos no Sudão, apesar de um êxodo marcando uma das maiores retiradas desde a saída das forças lideradas pelos EUA do Afeganistão em 2021. Civis sudaneses, que sofrem para encontrar comida, água e combustível, continuavam a fugir de Cartum nesta quinta-feira.
Na noite de quarta-feira, o Exército disse que seu líder, general Abdel Fattah al-Burhan, havia aprovado inicialmente o plano de estender a trégua por mais 72 horas e mandar um enviado do Exército à capital do Sudão do Sul, Juba, para negociações.
Os militares disseram que os presidentes de Sudão do Sul, Quênia e Djibuti trabalhavam em uma proposta que inclui estender a trégua e negociações entre as duas forças.
“Burhan agradeceu à IGAD e expressou aprovação inicial a isso”, disse o comunicado do Exército.
A Reuters não conseguiu entrar em contato imediatamente com um porta-voz da IGAD para comentar.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, discutiram trabalho conjunto para criar um fim sustentável para os combates, disse o Departamento de Estado norte-americano na quarta-feira.
Pelo menos 512 pessoas morreram e cerca de 4.200 ficaram feridas nos combates desde 15 de abril.
A crise enviou um número crescente de refugiados através das fronteiras do Sudão. A agência de refugiados da ONU estimou que 270.000 pessoas poderiam fugir apenas para o Sudão do Sul e o Chade.
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