Da Agência Reuters
O governador de Alagoas e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB), foi afastado do cargo por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no âmbito da Operação Edema, que investiga a prática sistemática de desvio de recursos públicos que ocorre desde o ano de 2019, conforme comunicado divulgado pela Procuradoria-Geral da República.
Paulo Dantas conta com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e havia a expectativa de eles participarem de uma agenda pública em Maceió na próxima quinta-feira, conforme agenda divulgada pela campanha do petista.
Deputado estadual até o início deste ano, Dantas renunciou ao cargo e assumiu o posto de governador-tampão em uma eleição indireta com o apoio do grupo político do ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL) e do ex-governador e senador eleito Renan Filho (MDB).
Posteriormente, Dantas concorreu ao governo estadual e encerrou o primeiro turno com 46,64% dos votos válidos contra 26,74% do senador Rodrigo Cunha (União Brasil), apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), adversário do grupo político liderado por Renan Calheiros.
Segundo a PGR, foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão de imóveis vinculados aos investigados. Segundo a decisão judicial, a partir desta terça, os investigados “estão impedidos de manter contato entre si e de frequentar os órgãos públicos envolvidos na investigação”.
“As medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a 54 milhões de reais. Dezenas de imóveis foram objetos de constrição”, acrescentou o comunicado.
A PGR informou ainda que a necessidade das medidas cautelares “foram amplamente demonstradas nos autos da investigação policial e corroborada pelo Ministério Público Federal, o que subsidiou a decisão judicial”.
“A investigação, ainda em sigilo, aponta a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Também nesta terça-feira, o vice-governador será comunicado a respeito da ordem judicial de afastamento do governador do cargo”, concluiu a PGR.