Bolsonaro e Lula apostam em último debate

por | 28 out, 2022

Claudio Fernandes e Agência Reuters

O debate na TV Globo, na noite desta sexta-feira, e uma avalanche de pesquisas eleitorais no sábado marcarão o final da campanha para o segundo turno da eleição presidencial, marcado para o próximo domingo, entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente não tem, por ora, previsão de agendas de campanha nesta sexta e deve dedicar o dia para se preparar para o debate na Globo, marcado para 21h30 e tradicionalmente um momento-chave das campanhas eleitorais no Brasil. Bolsonaro, por sua vez, participará de uma live ao meio-dia antes do duelo com Lula.

Após o debate, vários institutos de pesquisa divulgarão no sábado levantamentos sobre a corrida ao Palácio do Planalto que podem sinalizar o resultado que sairá das urnas na noite de domingo, embora os institutos ainda estejam sob críticas por terem subestimado a votação de Bolsonaro no primeiro turno nas pesquisas divulgadas na véspera do pleito.

Veja abaixo destaques do cenário eleitoral.

DEBATE NA GLOBO

Lula e Bolsonaro terão nesta noite o último confronto direto antes de mais de 150 milhões de eleitores irem às urnas no domingo decidir quem comandará o Brasil a partir de 1º de janeiro do ano que vem. O debate na emissora de maior audiência do país é tradicionalmente um dos momentos cruciais das campanhas eleitorais brasileiras e uma das últimas chances de ambos de atrair parte da pequena parcela de indecisos apontada nas pesquisas.

Lula voltará a estar diante de Bolsonaro após perder o debate realizado na Rede Bandeirantes e não comparecer aos da Rede Record e do SBT. Em ambos os casos, Bolsonaro usou o tempo livre para expor seus planos de governo e, reiteradas vezes, apontar a covardia de seu adversário por não comparecer e referir-se ao petista usando o termo “FUJÃO”.

DATAFOLHA

Em suas penúltimas pesquisas antes do segundo turno, Datafolha e AtlasIntel mostraram um cenário estável na corrida presidencial, com poucas mudanças e manutenção da vantagem de Lula sobre Bolsonaro.

De acordo com o Datafolha, Lula tem 49% das intenções de voto contra 44% de Bolsonaro. O petista manteve o mesmo patamar do levantamento anterior do instituto, ao passo que o candidato à reeleição oscilou um ponto para baixo, dentro da margem de erro que é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O AtlasIntel apontou Lula com 52,4% contra 46% de Bolsonaro. Ambos tiveram pequena variação em relação à pesquisa anterior do instituto, que coleta respostas online, dentro da margem de erro do levantamento, que é de 1 ponto percentual para mais ou para menos.

Datafolha e AtlasIntel voltarão a divulgar pesquisas sobre o segundo turno da eleição presidencial no sábado, véspera do pleito, assim como Ipec, Genial/Quaest e CNT/MDA.

É importante ressaltar que estas e outras empresas de pesquisas erraram por uma margem de pelo menos dez pontos percentuais no primeiro turno, quando deram vitória para Lula sem que fosse necessária a realização do segundo.

CARTA PELA RESPONSABILIDADE FISCAL

Na quinta, a campanha de Lula divulgou uma carta aberta do petista na qual ele afirma, entre outros pontos, que vai aliar responsabilidade fiscal, social e desenvolvimento sustentável para governar o país.

O documento remete à “Carta ao Povo Brasileiro” divulgada por Lula na campanha de 2002 com promessa de governar com responsabilidade fiscal, em um aceno ao mercado financeiro. Fontes da campanha, no entanto, afirmam que essa não é a intenção.

A carta faz um resumo das propostas que Lula tem apresentado ao longo da campanha em diversas áreas, de emprego e crescimento a controle de armas, em 13 pontos.

ATÉ O FIM

Atrás nas pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro fez um apelo aos seus apoiadores na quinta para que trabalhem para conquistar votos até o horário de encerramento da votação do segundo turno, no domingo. Bolsonaro também aproveitou sua live semanal para, mais uma vez, lançar dúvidas sobre as pesquisas eleitorais, valendo-se de divergências constatadas no primeiro turno entre os levantamentos e os resultados das urnas. Ele disse acreditar que está em patamar superior ao demonstrado pelas pesquisas mais recentes.

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